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sexta-feira, abril 29, 2005

RADIOATIVIDADE

Há 50 anos, a TV iria matar o rádio. Não matou. Há 20, alguém disse que os videoclipes é que iriam jogar a pá de cal nas FMs. Não foi dessa vez. Com a popularização dos tocadores de MP3 como o iPod, da Apple, que permitem que se carregue no bolso mais de 24 horas de música, o assunto voltou à baila: o rádio vai morrer?
Não necessariamente.
Com a ajuda da mesma tecnologia digital que vem sendo acusada de ameaçá-lo, o rádio -ou a idéia de transmissão de áudio para qualquer tipo de receptores móveis- começou o ano de 2005 como um dos principais tópicos de discussão do universo da música e adjacências, a saber, empresas de tecnologia, fabricantes de celulares e demais interessados no mercado em expansão da distribuição de música digital.
Nos EUA, onde o assunto foi capa da revista "Wired", em março, e também debatido no festival de música e tecnologia M3, em Miami, a renovação do rádio parte de frentes diversas. Uma das mais vigorosas, entretanto, é ascensão das chamadas rádios por satélite, que, semelhante às TVs a cabo, cobram uma assinatura dos usuários em troca de mais de uma centena de canais segmentados, "sem censura e sem comerciais".
"As emissoras tradicionais não são mais controladas por gente da música, mas por contadores", acusa Liquid Todd, DJ e locutor da Sirius Satellite Radio, que tem entre seus programas -não só musicais mas de informação, humor etc.- as grifes do polêmico radialista Howard Stern, Eminem, Fred Schneider (do B52's), Jerry Seinfeld, Bill Cosby e o skatista-celebridade Tony Hawk.
Com 1,5 milhão de assinantes, a Sirius divide o novo mercado com a XM Satellite Radio, que tem uma carteira de clientes ainda mais gorda: 3,8 milhões, com crescimento de 540 mil usuários só no primeiro trimestre de 2005, segundo a "Business Week".
Ainda assim, as velhas FMs não foram deixadas para trás. Fabricantes de telefones celulares e de tocadores de MP3 --neste caso, à exceção da Apple-- também já vêm embutindo receptores de ondas de rádio em seus produtos.
"75% das pessoas ainda descobrem suas músicas preferidas ouvindo rádio", afirma Alberto Moriondo, diretor de soluções de entretenimento da Motorola. De olho no filão, a empresa desenvolveu um sistema que permite que o usuário grave um trecho de uma música que esteja tocando numa estação de rádio, envie por celular para uma central e receba os dados sobre a faixa e as possíveis formas de comprá-la por telefone.
Outra ferramenta desenvolvida pela fabricante, batizada de iRadio, possibilita a transmissão de faixas em MP3 do celular diretamente para o rádio do carro.
Principal concorrente, a Nokia também aposta no futuro do rádio. Por meio de uma ferramenta batizada de Visual Radio, o ouvinte recebe no celular, juntamente com o áudio, informações em texto sobre a faixa e outras opções de interatividade.
"O Visual Radio é uma tecnologia que redefine a experiência com o rádio FM não somente para os ouvintes mas também para as estações de rádio, anunciantes e operadoras. Nunca mais as pessoas terão que imaginar quem está tocando o que no rádio", sugere Fiore Mangone, gerente de produtos da empresa.
Outra face do novo "rádio" é a tendência dos "podcasts", que recentemente também chegou ao Brasil. As aspas em rádio são porque, apesar de emular parte da linguagem radiofônica (locução, informação, seleção de músicas etc.), o "podcast" é um arquivo de áudio digital que pode ser gravado por qualquer pessoa e disponibilizado na internet, por meio de blogs e sistemas desenvolvidos especialmente para transmiti-lo a um grupo de assinantes. (Imagine um blog que avisasse ao leitor sobre cada atualização feita pelo autor; é essa a idéia, só que com as informações gravadas em áudio).
"A principal diferença [em relação ao rádio] é que o "podcast" oferece ao ouvinte a escolha de quando ouvir os programas, já que ele baixa para o computador e passa para um tocador portátil, podendo escutar quando tiver tempo livre", explica Guilherme Leite, 28, autor de um dos primeiros "podcasts" do Brasil. "Ele passa para o ouvinte o controle do que ouvir e de quando ouvir."
O também "podcaster" René de Paula Jr. acrescenta: ""Podcasts" são um sintoma, mas não o remédio. O fato de as pessoas estarem buscando alternativas mais humanas, mais espontâneas e autênticas é um sinal de que as rádios de massa estão deixando muito a desejar". Autor do "podcast" "Roda & Avisa", grava reflexões diárias no trânsito, no trabalho e onde quer que tenha um gravador à mão. A imaginação --e uma conexão com a internet-- é o limite para a sua rádio particular.


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A RÁDIO DO FUTURO. HOJE

* Rádio por satélite - Tecnicamente, a mudança está na forma de transmissão, que passa a ser feita por satélite. Como nas TVs por satélite, como Sky e Directv, o usuário precisa ter um receptor e um código de assinante para que a emissora libere o sinal.
- Vantagens: uma única emissora transmite mais de cem canais diferentes, muitos deles livres de propagandas. A arrecadação de receita pelo método de assinaturas, permite que as emissoras apostem em uma programação mais segmentada, o que acaba sendo um diferencial em relação às rádios comerciais de massa
- Desvantagens: requer a compra de um receptor específico e o pagamento de uma taxa para as operadoras
- Exemplos: Sirius Satellite Radio (www.sirius.com) e XM Satellite Radio (www.xmradio.com)

* Rádio no celular - Recentemente, os fabricantes de celulares passaram a embutir em alguns modelos de aparelhos receptores de rádios AM/FM. A principal mudança, no entanto, deve começar a acontecer quando emissoras, operadoras e artistas firmarem parcerias nas quais será possível agregar à música informações sobre o intérprete, o autor, o álbum, mecanismos para comprá-la pelo celular etc.
- Vantagens: é mais um passo na convergência de mídias que vem sendo capitaneada pelos fabricantes de celular. Além de tocadores de MP3 e ringtones, conexão com a internet e recursos de informática, os telefones podem tomar o lugar do velho radinho de pilha. Em alguns modelos, será permitido transmitir as músicas armazenadas no aparelho para o sistema de rádio do carro
- Desvantagens: apesar de a recepção de sinais abertos de rádio não ser cobrada, todos os demais serviços devem resultar em gastos extras na conta de telefone do final do mês
- Exemplos: Virtual Radio, da Nokia, e iRadio, da Motorola

* Rádio digital ou HDRadio - Conhecido como "high definition radio" ou rádio de alta definição, consiste na conversão do sinal analógico para o digital. Além de uma melhora na qualidade do som (em direção a algo similar a um CD), o digital permite que diversos canais sejam transmitidos em uma mesma freqüência
- Vantagens: reduz os níveis de ruído e de interferência e permite que as emissoras mantenham o seu antigo número no dial. Para o ouvinte, além de não exigir assinatura, é sinônimo de qualidade e, possivelmente, de segmentação da programação das rádios comerciais
- Desvantagens: é necessário que as emissoras comprem um transmissor digital --o que já vem acontecendo nas principais rádios FM brasileiras-- e, por outro lado, que os receptores dos ouvintes também decodifiquem o sinal digital. Caso contrário, a programação será reconvertida para o analógico
- Exemplos: rádio BBC (www.bbc.co.uk/digitalradio); em fase de testes no Brasil

* Podcasting - Neologismo criado pela junção da palavra "pod", do tocador de MP3 da Apple iPod, com "casting", sinônimo de transmissão, em inglês, o "podcasting" mistura a idéia de portabilidade de áudio com os blogs de internet. Como no caso dos diários de texto na rede, todo mundo pode criar o seu "podcast". Basta gravar um programa caseiro, com ou sem músicas, convertê-lo para o formato digital no computador e, com a ajuda de um programa chamado iPodder, distribui-lo para a sua lista de assinantes
- Vantagens: para o produtor, o custo é baixo (tempo + equipamento de gravação); para o ouvinte, geralmente é nulo, já que a grande maioria dos "podcasts" são distribuidos gratuitamente na rede. Além de avisar o usuário de que um novo programa está "no ar", o "podcasting" pode ser carregado em qualquer tocador de música digital, como o iPod, e escutado quando e onde o ouvinte desejar. No futuro, pode ser usado como ferramenta de distribuição pelas próprias rádios
- Desvantagens: permitir que qualquer pessoa crie o seu programa, significa também que nem tudo o que circula pela rede vale a pena ser ouvido. Outro fator complicador é que, no Brasil, os tocadores de MP3 portáteis ainda são muito caros. Nesse caso, quem não tiver o aparelho, pode ouvir o "podcast" diretamente no computador
- Exemplos: no Brasil, há o "Roda e Avisa" (www.usina.com/rodaeavisa), o "Eu Podo" (www.euPodo.com.br) e o "Gui Leite" (www.guileite.com.br), entre outros; no exterior, um dos pioneiros é o "Adam Curry Show" (www.curry.com), um ex-VJ da MTV.

PERTO DE APOSENTAR...
...USEM ESSE, PORRA!!!